Vida de Mãe | Uso obrigatório do Partograma

Algumas defendem a cesariana.
Outras apoiam o parto normal.
Umas dizem que tem direito de optar.
E tem as que dizem que a mulher precisa parir para ser uma mãe completa.
Discussões a parte, essa semana o Ministério da Saúde e a ANS publicaram uma nova resolução que tem o objetivo de incentivar o parto normal no Brasil, e reduzir ao extremo o número de cesáreas.
As novas medidas atingem principalmente o parto no setor privado.
O preenchimento de um partograma passa a ser obrigatório
Hoje, 56% dos partos realizados no Brasil são cesáreas. A OMS (Organização Mundial da Saúde) diz que 15% é o recomendado.
Mas e se eu quiser optar por uma cesárea? O plano não vai cobrir?
A resposta é NÃO!
Entenda: O partograma é parecido com a famosa carteirinha da gestante. Porém, quando na carteirinha são registradas todas as etapas da gestação, no partograma, o médico precisa anotar todas as etapas do trabalho de parto.
Para receber pelo parto cesárea através do convênio, os registros do partograma devem comprovar a necessidade da cirurgia. Na prática, toda gestante será obrigada a esperar o início do trabalho de parto para então o médico ver se é necessária uma cesárea.

Para algumas mulheres essa medida foi uma vitória. Assim como o ministro, acreditam que as taxas devem baixar, doa a quem doer. A mulher PRECISA ter um parto normal!
"Parto não é evento que se marque.
Normal é o parto normal", afirmou o ministro.
Os planos de saúde apoiaram a decisão.
Porém para outras, essa medida fere a liberdade de escolha da mulher. E não são somente algumas feministas não! O Conselho Federal de Medicina (CFM), também acredita que a medida deve ser revista.
Segundo Mauro Ribeiro, vice-presidente do CFM, há mulheres que, por motivos pessoais, escolhem ter o filho por cesariana, e dar o direito de o plano de saúde não pagar pela cirurgia agendada é violar a autonomia da mulher. “Como negar à mulher o direito dela de escolher como quer ter o filho?”, indagou.

Em uma entrevista ao UOL, o vice-presidente do CFM, Mauro Ribeiro, afirma que por motivos pessoais, muitas mulheres optam por ter o filho através de uma cesariana, e, dar ao plano de saúde, o direito de não pagar pela cirurgia, é violar a autonomia da mulher. “Como negar à mulher o direito dela de escolher como quer ter o filho?”
O vice reconhece que a taxa de cesarianas no Brasil deve baixar, porém afirma que enquanto não houver instalações, acompanhamento e treinamento adequado para o trabalho de parto natural e humanizado, não há coerência em proibir a cirurgia.
"Reconhecemos que há médicos que optam por fazer o parto cirúrgico por comodismo, pois, enquanto este é agendado e rápido, o normal pode acontecer a qualquer momento, e, muitas vezes, leva mais de dez horas para a conclusão." Na avaliação de Ribeiro, o governo está responsabilizando injustamente os médicos pelo alto índice de partos cirúrgicos, e deixando de lado pontos importantes como a falta de uma estrutura que estimule o parto natural.

A gestante passa a ter acesso, em até 15 dias após solicitação, aos porcentuais de parto normal e cesáreo do médico e do hospital maternidade que desejar pesquisar. Essa informação tem como objetivo ajudar a paciente a escolher quem irá acompanha-la na gestação e onde ela terá o seu filho.
Caso os dados não sejam divulgados, a multa será de R$ 25 mil.
A medida foi publicada dia 07 de janeiro e tem 180 dias para as operadoras cumprirem as exigências.
MINHA OPINIÃO
Sou da simples opinião de que somos donas do nosso corpo. Optar o tipo de parto que se receber um filho é o mínimo de direito adquirido.
Tive minha filha por cesárea, mas recomendo o parto normal porque NO MEU caso, não foi legal pra mim, nem pra minha filha.
Porém, muitas mulheres preferem se sujeitar a uma cirurgia. E dai? O que isso vai afetar na SUA vida?
Desde que ganhei a Bia já ouvi tantos absurdos. me acusaram até de não querer intimidade com a minha filha por não permitir que ela passasse no meu canal vaginal. Disseram que eu não tive um parto e sim a retirada do bebê. Dizem que não posso me sentir uma mãe completa porque não senti as dores do parto.
Sim! já escutei tudo isso!! Dentre as pérolas está: "Além de cesariana você não amamentou? Nossa, pra que você teve um filho então?" - Isso me disseram sem saber que havia ficado 15 dias na UTI após ganhar a Bia numa cesárea de urgência..
Concordo, por experiência própria, que o parto normal é de fato melhor para a recuperação da mãe e para o bebê pois é a forma "natural' que sempre ouvimos falar... Mas discordo veementemente da imposição do parto normal em um país onde não existe estrutura parto o humanizado. Em tempos onde a Manobra de Kristeller ainda é utilizada, antes de dificultar o acesso a cesária, deveriam reeducar muitos médicos por aí.

Mas quem não quiser não pode ser obrigada!! Isso precisa ser uma decisão individual, particular e intransferível. Tentar reduzir as taxas a qualquer custo, sem criar antes espaços e profissionais realmente qualificados e preparados, é no mínimo inconsequente.
#ProntoFalei
E você? O que você acha dessa nova medida? Mande sua opinião.
Fontes: Agência Brasil, Uol
Imagens retiradas do Google

De onde vocês tiraram que se a mulher optar pela cesárea o plano de saúde não irá cobrir? Não consegui encontrar nada a respeito disso na RESOLUÇÃO NORMATIVA - RN Nº 368, DE 6 DE JANEIRO DE 2015
ResponderExcluirJaime, para que o obstetra receba pela cesárea no convênio, é necessário que ele:
Excluir1. Em caso de doença ou problema diagnosticado no pre natal, Informe previamente o motivo relevante, comprovando necessidade de agendamento antecipado, ou,
2. Aguarde a gestante entrar em trabalho de parto, preencha o partograma, comprove a complicação que levou a ter a cesária.
Só assim o convenio pagará. Se a mulher 'optar' por decisão própria, deverá pagar o procedimento de forma particular. O convenio só cobrirá o parto se for comprovada a necessidade da cesarea e o preenchimento do partograma.